sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Professor ainda vê o computador como intruso na sala de aula

Especialistas dizem que medo de ser substituído e indisposição para adaptar estratégias de ensino dificultaria uso de tecnologia…
A revolução tecnológica que coloca computadores, tablets e celulares nas mãos de jovens e crianças de todo o mundo não é vista com bons olhos pela maioria dos professores brasileiros, principalmente os de universidades públicas. A opinião é do presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância, Frederic Litto, e é compartilhada por vários outros especialistas. Para eles, o professor brasileiro ainda vê o computador como um intruso em sua aula.
“Os professores não aceitam que essa não é mais uma sociedade de escassez, mas sim de abundância de informação. Por isso o Brasil, está atrasado”, diz Litto, comparando as universidades brasileiras com estabelecimentos de ensino do exterior. Lá fora, diz ele, é comum a prática de disponibilizar pesquisas e conteúdo de aulas na internet.
Um exemplo são os Estados Unidos, onde o número de instituições educativas que adotam o iPad vem aumentando. Elas usam o tablet para ensinar história através de jogos e matemática em animações.
O depoimento do professor da Universidade de Brasília, Marcos Maia, comprova a tese de Litto.
Maia conta que quando o Conselho Universitário da UnB se reúne para discutir estratégias de educação à distância, há sempre resistência de professores que temem serem substituídos por ferramentas de acesso de conteúdo. “Eles acreditam que a tecnologia é um complô industrial contra a profissão”. Acrescenta que esse tipo de resistência pode dificultar o projeto do Ministério da Educação de levar tablets a salas de aula porque faz com que os professores não se interessem em aprender a trabalhar com as novas tecnologias. “O computador é apenas um meio e precisamos de uma base pedagógica para esse meio”.
Ensino pode incluir jogos e discussão online
As estratégias para trabalhar com a tecnologia em sala passam tanto pelo uso de jogos e aplicativos de ensino, como por um modelo colaborativo em que os colegas interagem entre si também no mundo virtual. É o caso de grupos de discussão em redes sociais ou em plataformas da própria universidade.
Segundo o especialista em educação da UnB, Lucio Telles, há pesquisas que comprovam que essas estratégias geram mais interesse e diminuem a evasão escolar. “Quando uma turma compartilha grupos e causas nas redes sociais se importam muito mais com o que está sendo debatido do que se a mensagem fosse somente prestada pelo professor”, diz.
Há vantagens também nas pesquisas pela internet. “Pesquisando pela internet, o aluno pode ler muito mais do que o seu livro lhe traz, se a tarefa interpretativa”, afirma Litto. Mas, para que a tarefa não termine em um “copia e cola” da internet, o professor tem que estar preparado para solicitar uma pesquisa que exija interpretação e busca de várias fontes. “O primeiro passo é aceitar que o computador está aí e não vai sair para depois refletir sobre como trabalhar com ele”, diz.
Fonte: ig.com.br

4 comentários:

  1. Cara Gisela
    Professores oriundos de areas tecnologicas tem mais facilidade na aceitação e no uso de novas tecnologias

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  2. Acredito que a melhor fórmula para sanar este problema seja o investimento das IES nos cursos de formação docentes, como as Licenciaturas, e que os governos Municipal, Estadual e Federal façam um maior investimento em políticas de formação continuada baseadas na utilização das Tecnologias na Educação.

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  3. Oi Gisela,
    o problema do uso dos computadores em sala de aula, na visão dos professores (segundo alguns relatos que ouvi), não é a tecnologia em si ou as possibilidades, mas como utilizar, que metodologia aplicar para fazer um uso adequado não só do material, mas do "conteúdo" a ser trabalhado... o medo está em serem cobrados por não "fornecer material" aos alunos... mais um paradigma que deverá ser quebrado.
    Tutora Renata Cardoso Belleboni Rodrigues

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