Especialistas dizem que medo de ser substituído e indisposição para adaptar estratégias de ensino dificultaria uso de tecnologia…
A revolução tecnológica que coloca computadores, tablets e celulares nas mãos de jovens e crianças de todo o mundo não é vista com bons olhos pela maioria dos professores brasileiros, principalmente os de universidades públicas. A opinião é do presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância, Frederic Litto, e é compartilhada por vários outros especialistas. Para eles, o professor brasileiro ainda vê o computador como um intruso em sua aula.
“Os professores não aceitam que essa não é mais uma sociedade de escassez, mas sim de abundância de informação. Por isso o Brasil, está atrasado”, diz Litto, comparando as universidades brasileiras com estabelecimentos de ensino do exterior. Lá fora, diz ele, é comum a prática de disponibilizar pesquisas e conteúdo de aulas na internet.
Um exemplo são os Estados Unidos, onde o número de instituições educativas que adotam o iPad vem aumentando. Elas usam o tablet para ensinar história através de jogos e matemática em animações.
O depoimento do professor da Universidade de Brasília, Marcos Maia, comprova a tese de Litto.
Maia conta que quando o Conselho Universitário da UnB se reúne para discutir estratégias de educação à distância, há sempre resistência de professores que temem serem substituídos por ferramentas de acesso de conteúdo. “Eles acreditam que a tecnologia é um complô industrial contra a profissão”. Acrescenta que esse tipo de resistência pode dificultar o projeto do Ministério da Educação de levar tablets a salas de aula porque faz com que os professores não se interessem em aprender a trabalhar com as novas tecnologias. “O computador é apenas um meio e precisamos de uma base pedagógica para esse meio”.
Ensino pode incluir jogos e discussão online
As estratégias para trabalhar com a tecnologia em sala passam tanto pelo uso de jogos e aplicativos de ensino, como por um modelo colaborativo em que os colegas interagem entre si também no mundo virtual. É o caso de grupos de discussão em redes sociais ou em plataformas da própria universidade.
Segundo o especialista em educação da UnB, Lucio Telles, há pesquisas que comprovam que essas estratégias geram mais interesse e diminuem a evasão escolar. “Quando uma turma compartilha grupos e causas nas redes sociais se importam muito mais com o que está sendo debatido do que se a mensagem fosse somente prestada pelo professor”, diz.
Há vantagens também nas pesquisas pela internet. “Pesquisando pela internet, o aluno pode ler muito mais do que o seu livro lhe traz, se a tarefa interpretativa”, afirma Litto. Mas, para que a tarefa não termine em um “copia e cola” da internet, o professor tem que estar preparado para solicitar uma pesquisa que exija interpretação e busca de várias fontes. “O primeiro passo é aceitar que o computador está aí e não vai sair para depois refletir sobre como trabalhar com ele”, diz.
Fonte: ig.com.br
Cara Gisela
ResponderExcluirProfessores oriundos de areas tecnologicas tem mais facilidade na aceitação e no uso de novas tecnologias
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ResponderExcluirAcredito que a melhor fórmula para sanar este problema seja o investimento das IES nos cursos de formação docentes, como as Licenciaturas, e que os governos Municipal, Estadual e Federal façam um maior investimento em políticas de formação continuada baseadas na utilização das Tecnologias na Educação.
ResponderExcluirOi Gisela,
ResponderExcluiro problema do uso dos computadores em sala de aula, na visão dos professores (segundo alguns relatos que ouvi), não é a tecnologia em si ou as possibilidades, mas como utilizar, que metodologia aplicar para fazer um uso adequado não só do material, mas do "conteúdo" a ser trabalhado... o medo está em serem cobrados por não "fornecer material" aos alunos... mais um paradigma que deverá ser quebrado.
Tutora Renata Cardoso Belleboni Rodrigues